Integrante da Comissão de Ética do Inter explica exclusão do conselheiro Eduardo Fritsch; confira

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Foto: Divulgação / Inter



Na última quinta-feira, após reunião no Comissão de Ética, Eduardo Fritsch de Moraes, mais conhecido como “Sopa de Granada”, foi expulso do Conselho Deliberativo do Inter. 


Isso por conta de uma denúncia do meio-campo Andrés Nicolás D’Alessandro de que o torcedor havia disseminado um vídeo nas redes sociais envolvendo o ídolo e já falecido, Fernandão. 


A pena ainda prevê que Fritsch seja suspenso do quadro social por 12 meses. No entanto, o agora ex-conselheiro ainda pode entrar com recurso, que deve ser apresentado em até 10 dias úteis. 


A alegação de D’Alessandro é que Eduardo Fritsch foi o responsável por disseminar um vídeo onde Fernandão afirmava que o vestiário do Inter estava “contaminado”, dando a entender que o camisa 10 que até hoje atua no clube seria o causador do problema.


Nesta sexta-feira, um dos integrantes do Conselho de Ética, Rodrigo Navarro, do Movimento PDC, escreveu um texto explicando a decisão de expulsar o agora ex-conselheiro. 


Confira a nota: 


 – “Sopa de Granada” é um personagem fictício, fake, pra usar um termo em voga, que atua nas redes sociais, com grande frequência no Twiter. O homem por trás da sopa (ou do Sopa) é Eduardo Fritsch de Moraes, sócio colorado e conselheiro do clube, eleito em 2014, pelo grupo independente Acorda, Conselho!, em chapa formada juntamente com o Movimento O Povo do Clube. O personagem se dedica basicamente a criar polêmicas virtuais envolvendo assuntos ligados ao Inter. Para isso, costuma atacar de forma agressiva, e por vezes virulenta, desde colegas do Conselho Deliberativo até atletas do clube. Seus alvos mais frequentes, nos últimos tempos, são as direções do Internacional e… o Povo do Clube.


No último dia 18, o conselheiro Moraes foi julgado pela Comissão de Ética e Disciplina do Internacional, em face de procedimento ético-disciplinar movido pelo sócio colorado, repito, SÓCIO COLORADO, Andrés Nicolás D’Alessandro, por conta de ofensas proferidas pelo conselheiro contra ele em redes sociais. Não entrarei nos pormenores do procedimento, mesmo porque aos sócios e sócias é facultado o acesso, bastando entrar em contato com a secretaria do Conselho Deliberativo. Importa dizer, porém, que neste caso o conselheiro Moraes não praticou nenhum ato procedimental visando à sua defesa, sequer apresentou contestação nos prazos regimentais. Limitou-se a comparecer à sessão de julgamento, na data referida, e mesmo assim chegando após a leitura do relatório. Também é preciso dizer que, mesmo sendo extemporânea e, portanto, fora dos ritos procedimentais, a Comissão aceitou ouvir a manifestação do conselheiro, tendo em vista possibilitar-lhe a mais ampla defesa. O voto do relator foi pela condenação com a perda do mandato de conselheiro e a suspensão dos direitos associativos pelo período de 12 meses, penalidades previstas no Código de Ética e Disciplina do clube. Apenas um integrante da comissão apresentou voto divergente, propugnando apenas pela pena de suspensão.


Nem bem havia terminado a sessão de julgamento, o assunto já estava sendo debatido na mídia esportiva. O jornalista Luís Carlos Reche postou vídeo na sua conta no Facebook, na sexta-feira pela manhã, em que faz duras críticas ao procedimento da Comissão de Ética. E, tomo conhecimento disto enquanto escrevo este texto, o próprio conselheiro Moraes já se manifestou em pelo menos um programa esportivo de rádio da capital. Pois foi justamente a manifestação do jornalista Reche que me motivou a escrever, a fim de trazer algumas luzes ao caso, dado o nível de desinformação do jornalista, mostrado no vídeo, cujas conclusões, na minha opinião, beiram a leviandade.


Em 2017, o conselheiro Moraes já figurou como demandado em procedimento ético-disciplinar, caso em que houve acordo entre as partes, levando ao arquivamento do feito. Não tenho detalhes desse procedimento, visto que naquele tempo ainda não integrava a comissão. Posteriormente, outra demanda chegou à comissão, desta vez em procedimento duplo, em que o conselheiro Moraes figurava como autor e também como requerido, estando também envolvidas outras duas pessoas, uma conselheira e um conselheiro, integrantes do Movimento O Povo do Clube. A tramitação deste procedimento apresentou alguns problemas que fizeram com que todos os atos fossem anulados e que geraram a nomeação de um novo relator, este que agora escreve essas linhas. O conselheiro Moraes não conseguiu provar as acusações que motivaram a sua reclamação, pois novamente não praticou nenhum ato procedimental, e, por isso, além da análise das provas carreadas pelas partes demandadas, a decisão foi pela absolvição. Por seu turno, os fatos alegados pelas outras partes contra o conselheiro foram confirmados com provas robustas, o que gerou a aplicação de uma sanção de suspensão dos direitos associativos pelo período de 4 meses. Garantido o direito ao recurso, o conselheiro Moraes foi beneficiado pela redação equivocada dos instrumentos normativos do clube no tocante aos procedimentos ético-disciplinares, e também por aquilo que considero uma falha do relator do recurso no plenário do Conselho Deliberativo, que não atentou para os prazos regimentais, tendo por consequência a inaplicabilidade da penalidade imposta, pois o procedimento foi dado como prescrito.


Além do procedimento referido em primeiro lugar, que gerou a aplicação da penalidade ora vigente, cuja efetivação encontra-se suspensa até o trânsito em julgado, já tramita no âmbito da Comissão de Ética e Disciplina outro procedimento movido pelo SÓCIO D’Alessandro contra o conselheiro Moraes, este ainda sem data de julgamento aprazada. Há notícia, também, de um terceiro procedimento, movido por outros sócios contra o conselheiro Moraes. É importante dizer neste momento que não há nenhum ataque à ética na divulgação da existência desses procedimentos, eis que, como regra geral, eles são públicos, a exemplo das demandas judiciais, portanto qualquer pessoa, sócio ou sócia do clube, particularmente, pode ter acesso aos autos. Também é importante dizer que não está sendo feito nenhum julgamento antecipado, inclusive porque, mesmo sendo integrante da comissão, ainda não tive acesso a tais procedimentos, nos quais o conselheiro Moraes terá garantida a mais ampla defesa, que, espera-se, ele use da melhor maneira.


Com isso, vê-se com clareza que o conselheiro Moraes não é o injustiçado que quer fazer  que se acredite, posto que é contumaz nas agressões virtuais e, de quando em vez, é chamado a responder por isso na forma dos regulamentos do clube. Não obstante, o objetivo deste texto não é a execração pública do conselheiro, apenas trazer alguns esclarecimentos básicos sobre a verdade dos fatos, a fim de que não seja transmitida uma falsa ideia de que o conselheiro está sendo vítima de perseguição política, como costuma dizer em suas manifestações, no que foi acompanhado pelo jornalista Luís Carlos Reche, no vídeo citado, em que, a propósito, ele lança suspeitas totalmente infundadas sobre a Comissão de Ética e Disciplina, que, por certo, serão respondidas pelo presidente no momento oportuno. O que deve ficar bem claro ao final da leitura, é que a comissão jamais cometeu qualquer ato de perseguição a quem quer que seja, pois como visto, ao conselheiro Moraes foram dadas todas as garantias preconizadas pela Constituição Federal para sua defesa, das quais, por motivos que me escapam ao conhecimento, ele abriu mão. Ademais, a comissão é formada por conselheiros de reputação ilibada, com um histórico de serviços prestados ao clube, que, de forma absolutamente abnegada, aceitaram o encargo, e a sua composição espelha da forma mais ampla possível o espectro político do clube, tendo, inclusive, um integrante do grupo Acorda, Conselho!, o mesmo do conselheiro Moraes.


Assim, espero ter esclarecido as obscuridades que podem ter vez a partir das manifestações feitas publicamente não só pelo conselheiro Moraes como pelo jornalista Luís Carlos Reche, a quem deixo a sugestão de honrar a sua história na crônica esportiva gaúcha e os preceitos éticos da profissão, informando-se dos fatos antes de emitir juízos fundados em premissas erradas.

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