Paulo Roberto Baron: Tango de 3 Passos
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Quando tudo parece que vai dar errado, dará! (Lei de Murphy)
Durante a pré-jornada da Rádio Gaúcha, foi perguntado a um torcedor se ele estava confiante para o jogo. Ele respondeu que “veio por causo do estádio lotado, e que não esperava muito porque o Inter adora, quando falta pouco para alcançar um objetivo, decepciona a sua torcida”.
Essa é a síntese do clube de tempos em tempos. O clube é intenso emocionalmente em sua essência, e faz disso sua senda. O processo de reconduzir o clube as vitórias será mais lento e doloroso. Também pudera, a vários anos o clube varia de esquemas táticos e mudança de postura e personalidade em seus elencos, passando por broxante ideologia técnica de seus dirigentes ao longo dos últimos anos, parecendo um tango e apenas 3 passos que faz o clube rodar lentamente, dolorosamente, e vagamente sempre para o mesmo lugar.
Vejamos bem:
PRIMEIRO PASSO: Dunga/Dorival Jr. Ambos com esquemas táticos insossos, onde somente o time parecia uma velha enceradeira, rodava a bola, tocava de pé em pé mas faltava uma infiltração aqui, outra alí. Com Dorival pouca pegada, com Dunga excesso de pegada, era o mais do mesmo.
SEGUNDO PASSO: Balonismo. Com Argel principalmente mas com Dunga, Roth e um pouco com Zago, o clube abusava da ligação direta e das bolas alçadas. Algo totalmente contrário ao DNA do clube. Que sempre foi imposição técnica e física perante aos seus adversários, estilo laranja mecânica, só que vencedor.
TERCEIRO PASSO: O atropelo dos dirigentes em montagem de grupo de atletas e corpo de profissionais muitas vezes sem se preocupar com a qualidade e resultado lançando pelo profissional em sua carreira, e priorizando empresários e negociações irresponsáveis aos cofres do clube.
Agora o clube e torcida precisa de ciência de que nada cairá do céu, e que o processo será mais demorado do que queremos. O estilo do Odair por vezes lembra os grandes momentos do Inter como nos jogos contra o Corinthians e o greNAL em que venceu por 2 a 0 e também passando pelo empate contra o Cruzeiro. Mas essa instabilidade que nos assusta e nos causa calafrio como o jogo contra o vitória pela Copa do Brasil e as duas derrotas nos grenais, é comum nessa transição de voltarmos ao topo.
Contra o Sport, teve um pouco de cada dos 3 passo. Se houvesse um vencedor por merecimento seria o Inter. Mas faltou o algo a mais, faltou o DNA do clube que acima de tudo é não respeitar ninguém em casa e passar por cima. O caminho parece ser o correto, e Odair parece saber o que está fazendo, resta nós termos paciência e persistência para que isso não se transforme em um QUARTO PASSO de um triste tango!