Juan Alano revela que tinha desejo de permanecer: “Queria fazer carreira no Inter”
Destaque do Coritiba em 2019, o meio-campista Juan Alano concedeu entrevista para o Uol Esportes e falou sobre o momento vivido no Kashima Antlers, clube japonês que o comprou do Inter no começo da temporada.
O meia começou falando sobre a família e a situação do Japão quanto ao combate do novo coronavírus.
“Meu pai vai ao mercado e volta com todas aquelas coisas, né? Deixar a roupa na rua e tal. Eu fico com o coração um pouco apertado? Eles podem só estar falando que estão se cuidando, né?”, comentou Alano.
O jogador foi buscado no Inter no começo da temporada. Para isso, o seu atual clube desembolsou cerca de 2,5 milhões de dólares.
Mesmo que tenha jogado apenas três partidas com a camisa do Kashima Antlers, ele já entende o modelo que a equipe japonesa atua.
“É um jogo muito rápido. Joguei contra um time da Austrália e dois contra times japoneses. O jogo é muito intenso, rápido, mas no final do jogo o ritmo cai bastante. A partir de 20, 25 minutos do segundo tempo o jogo fica lá e cá. O Léo, volante que está aqui, me alertou? O time que está perdendo começa a se atirar e quem está vencendo não segura. Não sei se é coisa de japonês, que é ansioso, mas o time que está perdendo se joga. Se atira mesmo e o jogo vira lá e cá. Eu reparei isso, o final do jogo é bem aberto”, revelou.
Segundo Alano, a principal diferença no estilo para o futebol brasileiro está na velocidade do jogo.
“A dinâmica do jogo, a velocidade é muito maior, sem dúvida alguma. Os japoneses são velozes pela genética deles. Mas o jogo é rápido. O domínio e passe deles são muito, muito bons. Quando cheguei, fiquei impressionado com a qualidade técnica deles. Em umas coisas eles são mais atrasados, tipo taticamente, mas a dinâmica de jogo eles são bons. Eles executam muito bem. O japonês é muito concentrado e consegue ir bem nos fundamentos”. Se alguns fundamentos são dominados pelos companheiros nipônicos, existe um atributo do jogo que segue longe dos pés e pernas asiáticos. “Não vejo improviso nos japoneses, isso é muito diferente no brasileiro. Aí no Brasil tem muita gente que improvisa”, completou ele.
Depois, Alano falou sobre a saída do Inter, onde foi destaque na base por vários anos.
“Peguei um dos anos mais difíceis do clube. Subi em 2017 e peguei o clube no ano da Série B, foi um ano conturbado e que no início o time não andava? Depois aconteceu de eu jogar, subir e no seguinte a gente ficou em terceiro lugar no Brasileiro, algo que ninguém esperava. Mas eu queria sair para jogar, mas também tinha um pé atrás. Queria fazer carreira no Inter, foram oito anos no clube e tenho identificação enorme com o clube. Me dei bem com todo mundo, todos os treinadores da base ao profissional. Mas na vida a gente tem que tomar decisões e eu precisava jogar. Precisava ter minutos”, afirmou.
Para finalizar, ele lembrou que optou por deixar o Inter visando atuar mais, mas que a intenção era voltar ao clube gaúcho para ser aproveitado neste ano.
“Em dois anos e pouco de profissional de Inter, eu tinha oito jogos e isso é muito pouco. Muito pouco? A circunstância? Tinha muita qualidade (no elenco), a gente entende o lado de ser difícil botar o moleque para jogar, mas optei por ser emprestado. Fui emprestado com aquele pé atrás, mas minha cabeça era sair e depois voltar ao Inter para jogar no clube. Aconteceram coisas no caminho que me trouxeram para o Japão”.