Vivian Castro: Especial Celeiro de Ases – Gabriel Mentz

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Foto: Divulgação/Guilherme Testa



A reportagem da Revista entrevistou o atleta Gabriel Mentz, 19 anos, atualmente zagueiro do grupo Sub-23. Natural de São Leopoldo e no Inter há quase 10 anos, o atleta nos contou um pouco mais de sua vida pessoal e vida de atleta, falou de futebol brasileiro e mundial, das expectativas para o futuro e suas preferencias futebolísticas. Confira abaixo a entrevista exclusiva e conheça um pouco mais sobre o defensor.



Qual a sua posição de origem? Você sempre quis exercer esta função?

Gabriel: “Eu comecei na lateral, aí depois eu fui para volante e por último deslocado para a zaga. A posição que eu queria exercer, que eu sempre quis ser era volante, mas durante a minha história, minha carreira no futebol eu fui deslocado e testado na zaga e notei que era a melhor posição para mim.”




Quanto tempo está no Inter? Nos conte um pouco da sua trajetória no futebol.

Gabriel: “Eu estou há 9 anos no Inter já, eu completo 9 anos agora em outubro e eu comecei jogando no futsal na escolinha do “Bizu”, que era um centroavante que jogou no Grêmio, no Náutico, aí eu comecei jogando com seis anos futsal, depois com oito anos eu fui para o campo, aí eu joguei no Novo Hamburgo. Comecei no Novo Hamburgo e com 10 anos eu vim para o Inter. Eu joguei um campeonato em Montenegro, contra Inter, e me chamaram para fazer um teste, passei e desde então estou lá!”


Atualmente a base do Inter está muito presente no time profissional, você tem expectativas de receber esta oportunidade logo?



Gabriel: “Tem bastante jogador né? No profissional, tem Rodrigo Dourado, Sasha, Ortiz, Iago, inúmeros jogadores. E assim, a oportunidade a gente sempre espera receber, eu estou desde os 10 anos lá e desde os 8 eu sabia que eu queria ser jogador de futebol. Então é óbvio que a chance eu vou estar sempre esperando, não tem, eu sempre me preparo muito bem, então a chance de chegar no profissional, de poder jogar lá eu vou sempre querer, é assim é com todos jogadores, com certeza, quem tá lá, quem tá jogando, quem quer jogar no Inter vai querer receber a chance no grupo principal!”




Quais são suas principais características como jogador? Seus pontos fortes e, se tem algum que você considera fraco? Se sim, como você trabalha ele nos treinos e a questão psicológica.

Gabriel: “Minhas características como jogador são a bola aérea, tanto defensiva como ofensiva, eu tenho uma boa saída de jogo e minha antecipação e coberturas são fortes na parte defensiva. Meus pontos fortes são os que citei, eu tenho alguns pontos fracos: velocidade acho que é o principal, não que eu seja lento, mas eu poderia ser mais rápido, então eu acabo trabalhando isso bastante na parte de academia, trabalho de potência e tal, é isso eu acho. Ainda tenho como evoluir, porque eu não cheguei numa idade totalmente maturada, geralmente um atleta completa a maturação depois dos 21 anos.”




Quais são suas expectativas no futebol profissional?

Gabriel: “Minhas expectativas no futebol são subir para o profissional primeiramente, poder ter a chance de jogar, me profissionalizar no Inter, esse é o meu sonho. Estou desde os 10 anos lá, então a minha expectativa maior é me profissionalizar no Inter e depois ter a chance de poder jogar na Seleção, jogar uma Copa do Mundo, talvez algum dia se pintar oportunidade de jogar na Europa, mas enfim, primeiro que eu penso no Inter, poder ser profissional no Inter.”




A vida de jogador de futebol exige muitos sacrifícios, você se sente preparado para enfrentá-los?

Gabriel: “Sobre sacrifícios da vida de jogador? Sim, eu já notei desde que eu era pequeno que exige muito sacrifício e eu estou preparado para enfrentá-los. Eu já enfrentei alguns, então eu sei como é que é a situação de ter que abdicar de coisas, às vezes de um bom estudo na escola, por exemplo: meu primeiro ano eu tive que sair do colégio que estudava, colégio particular em Novo Hamburgo e ir para um outro que não era tão bom, mas ainda assim era uma educação boa, no meu segundo ano tive que estudar a noite, a educação não era boa, nenhum pouco boa na verdade e no meu terceiro ano tive que fazer o EJA à distância, então aos poucos sucumbiu minha educação. 


São os sacrifícios que eu tive que fazer para poder continuar jogando bola, tive que sacrificar a educação! Sem contar em fim de semanas, que eu não podia sair quando meus colegas tinham viagens de escola ou alguma coisa com meus amigos, ou tantas outras vezes que tive que ficar em casa porque não podia sair, tinha treino, jogo ou porque era necessário descansar mesmo. Então, esses sacrifícios têm até hoje, desde pequenininho até hoje, mas eu já tenho consciência deles, eu sei que eu tenho que fazer e eu quero fazer esses sacrifícios para poder ser jogador que quero. São necessários e eu faço eles com prazer, para mim não tem problema nenhum, abdicar de algumas coisas para continuar com o meu sonho.”




No mundo futebolístico vemos muitos meninos deixando de estudar para seguir esta carreira. Atualmente você está estudando? 

Gabriel: “Sim, estou estudando, fazendo faculdade de Educação Física na Unisinos. Estou no terceiro semestre. Eu terminei os estudos em 2015, em julho de 2015, aí fiz um curso de inglês, que eu já concluí, e comecei a fazer a faculdade.”




A carreira de jogador de futebol é relativamente curta. Quais são os seus projetos futuros envolvendo ou não o futebol?

Gabriel: “Assim, eu sei que a carreira é curta né?! Então eu já estou estudando justamente por isso, eu quero construir uma carreira, eu pretendo trabalhar com futebol, melhor, continuar trabalhando, passar minha experiência e o que eu aprendi. Algo envolvendo esporte seria legal, não necessariamente futebol, por exemplo: eu gosto muito de vôlei, é uma possibilidade.”




O objetivo principal dos jogadores do futebol está entre jogar na seleção brasileira e ir para a Europa. Qual a sua opinião sobre isso?

Gabriel: “Comentei antes que jogar na seleção e ir para a Europa fazem parte das minhas expectativas. É favorável para o jogador ir para Europa, conhecer outra cultura de futebol. Na Itália, por exemplo, é um estilo de jogo diferente, na Espanha também, na França, na Alemanha, cada lugar tem suas características. Então eu acho que é muito válido para o jogador sair um pouco, sair em algum momento do Brasil adquirir uma experiência lá fora. São ligas muito fortes, na Europa tem grandes clubes, não que aqui no Brasil não tenha, mais enfim, é uma oportunidade de o jogador adquirir uma experiência diferente, conhecer e jogar em outros lugares, conhecer uma cultura diferente, etc.”

Quem são seus exemplos na vida? E no futebol?

Gabriel: “Meu exemplo na vida são meus pais e minha irmã, minha família. Os três são meu grande exemplo porque são eles que me movem, eles são minha motivação maior para jogar e ver eles na arquibancada, poder ver eles acompanhando meus jogos, felizes, eles me apoiam muito e se dedicaram muito para para ver as coisas aconteceram para mim, então tudo que eu tô conseguindo, que eu tenho dedico a eles, na vida eles são minha inspiração maior. E no futebol, eu gosto de muitos jogadores, não tem um específico que seja meu ídolo, mas tem inúmeros jogadores que que eu gosto bastante, como Sérgio Ramos, Piqué, Mascherano…


Eu gosto de ler bastante biografia também. Então tem muita gente que é exemplo, não só no futebol. Esses tempos eu terminei de ler o livro do Stephen Hawking, ele é um exemplo de superação. Estou lendo um livro do Serginho agora, Serginho do vôlei que é um baita cara, quero ler depois o livro do Steve Jobs. Então eu procuro conhecer, saber sobre grandes pessoas, não só do futebol, mas de outros esportes ou de outras áreas que possam dar exemplo, que são grandes, para que possa me espelhar neles, pegar as coisas boas!”



A vida de jogador de futebol exige muitos sacrifícios, você se sente preparado para enfrentá-los?


Gabriel: “Sobre sacrifícios da vida de jogador? Sim, eu já notei desde que eu era pequeno que exige muito sacrifício e eu estou preparado para enfrentá-los. Eu já enfrentei alguns, então eu sei como é que é a situação de ter que abdicar de coisas, às vezes de um bom estudo na escola, por exemplo: meu primeiro ano eu tive que sair do colégio que estudava, colégio particular em Novo Hamburgo e ir para um outro que não era tão bom, mas ainda assim era uma educação boa, no meu segundo ano tive que estudar a noite que a educação não era boa, nenhum pouco boa na verdade e no meu terceiro ano tive que fazer o EJA à distância, então aos poucos sucumbiu minha educação. São os sacrifícios que eu tive que fazer para poder continuar jogando bola, tive que sacrificar a educação! Sem contar em fim de semanas, que eu não podia sair quando meus amigos tinham viagens de escola ou alguma coisa com meus amigos, ou tantas outras vezes que tive que ficar em casa porque não podia sair, tinha treino, jogo ou porque era necessário descansar mesmo. 

Então, esses sacrifícios têm até hoje, desde pequenininho até hoje, mas eu já tenho consciência deles, eu sei que eu tenho que fazer e eu quero fazer esses sacrifícios para poder ser jogador que quero. São necessários e eu faço eles com prazer, para mim não tem problema nenhum, abdicar de algumas coisas para continuar com o meu sonho.”

A sua família acompanha seus treinos, jogos e te apoia nas decisões?


Gabriel: “A minha família tenta ir aos jogos, eles conseguem quase sempre, quando passa na TV ele sempre olham! Quando dá para ir nos jogos, eles estão sempre me acompanhando, mas treino não tem como, então só nos jogos mesmo. E eles me apoiam sim, converso bastante com eles, sobre os treinos e sobre tudo que acontece. Sempre converso com eles, eles fazem parte de todas as minhas decisões.”




Agora falando um pouco mais sobre a futebol em geral, mas ainda considerando a sua posição dentro de campo, gostaríamos de saber a sua opinião. Raramente um jogador de defesa tem bastante destaque e chega a ser indicado para melhor do mundo… 

Gabriel: “Ah, essa questão de jogador de defesa é uma coisa que eu tenho muita briga, porque às vezes não há valorização, não do jeito que merecem e são criticados facilmente, porque o jogador de defesa pode fazer um jogo brilhante, ele pode fazer o melhor jogo da vida dele, mas se ele tiver um erro, uma falha que deu causou um gol do time adversário, ele é crucificado. Geralmente não é tão valorizado como um atacante ou um meia né? Enfim, eu acho que o jogador de defesa é tão importante quanto os outros, todos jogadores são importantes, assim como lateral não é tão valorizado ou um volante. Todos são importantes, o futebol atual é muito dinâmico, todos defendem e todos atacam. A cultura futebolística está mudando.

É claro, não tem como comparar, pegar o melhor jogador de ataque na atualidade e melhor jogador de defesa, por exemplo, Cristiano Ronaldo ou Messi e botar o Sérgio Ramos, que hoje em dia é um dos melhores zagueiros, eles são melhores que o Ramos, enfim o futebol tem atacantes muito bons, que são gênios. No Brasil existe a cultura de que o zagueiro é um cara que dá balão e que só tem que tirar a bola lá de trás de qualquer jeito e não é assim. O futebol moderno tá nos mostrando que o zagueiro, além de ser o cara que tem marcar bem, tem que jogar, tem que ter qualidade com a bola no pé. Então, tem que ser valorizado.”

Você citou uma cultura de futebol diferente na Europa e alguns países como exemplo. Pode nos dizer então sua opinião quanto ao futebol mais bonito: ofensivo com muitas trocas de passes, jogadas bonitas e times abertos ou futebol mais organizado defensivamente, prezando pela posse de bola, segurança e times mais fechados?

Gabriel: “Assim, futebol mais bonito… o meu estilo de jogo, que eu mais gosto, é um time que mantém a posse de bola, que consegue trocar passes, que evite balão, utilize desse artificio no momento necessário, para não correr riscos a ponto de tomar um gol, mas o time fica com a posse de bola, que seja agressivo, crie chances de gol, isso é muito importante, criação! Que marque forte, em cima ou uma marcação média. Não tô dizendo que essa é a maneira certa de jogar, até porque não tem uma maneira correta no futebol. Eu aprendi que o importante não é a maneira como tu vai jogar, mas sim ganhar, o importante no futebol é ganhar. Principalmente quando vai ganhando experiência profissional, o importante é o título, é quem ganha. Quem ganha é lembrado! Então, é isso: o estilo que eu mais gosto é esse, mas não digo que é o certo, até porque o certo é aquele que é bem treinado. Por exemplo tem outros estilos de jogo, um time que marca baixo, que se defende bastante e sai no contra-ataque, se for bem treinado, se for eficiente, é um baita estilo de jogo.”



Agradecemos o atleta Gabriel Mentz pela atenção e desejamos muito sucesso na sua carreira!
Dá uma olhada na nossa primeira matéria do Especial Celeiro de Ases clicando aqui. E na próxima semana fique atento a mais uma entrevista exclusiva com outro atleta do Sub-23!
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