Presidente da Comissão criada pelo Conselho do Inter: “Se eu aliviar para qualquer pessoa, qualquer procedimento, eu deixo de ser um colorado”

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Foto: Divulgação 



O presidente da Comissão especial criada pelo Conselho Deliberativo do Inter para fazer uma sindicância nas contas da gestão Piiffero, José Amarante, garantiu que nada será jogado para debaixo do tapete. Amarante quer ouvir justificativas sobre o caso e espera em 30 dias entregar aos colegas um relatório sobre o que de fato aconteceu. 


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“A responsabilidade é muito grande. É uma situação que nenhum colorado gostaria de participar. Chamado, convidado, nenhum conselheiro pode fugir do convite. O prazo é 30 dias e pode ser prorrogado desde que justifique-se o motivo. A minha ideia é concluir isso. Vou começar amanhã, chamando a comissão. E a partir de amanhã vamos estabelecer os pontos. Nesta noite se apresentou uma síntese, que dá indícios de irregularidades, mas só indícios. Temos que ver o que são esses indícios para ver se não são até falhas de trabalho. O Inter passa por uma remodelação. Temos que ver se as rotinas não foram feitas erradas por correção de rumos, se algo não foi feito de forma errada”, afirmou o conselheiro.


Nestes 30 dias a ideia é ouvir os responsáveis pela pior gestão da história colorada, que foi presidida por Piffero. O ex-presidente não esteve na reunião do Conselho na última terça-feira. Além do presidente Amarante, Vitor Hugo Zaideli, Emílio Papaléo, Paulo Roberto Carvalho, Luiz Antonio Lopes e Evandro Rodrigo integram a comissão criada.


“Hoje é a última vez que falo com a imprensa até daqui a 30 dias. Enquanto não concluir o trabalho, não vou falar com a imprensa. É uma responsabilidade muito grande. Há nomes de pessoas envolvidos. Pessoas que já prestaram serviços enormes ao Inter. E não vou fazer um trabalho leviano. Todos terão direito ao contraditório. Não haverá mácula alguma em relação ao nome de pessoas. Ninguém da comissão estará autorizado a falar sobre este assunto e eu pedirei que nenhum membro participe de nenhum programa até a conclusão dos trabalhos. Para mostrarmos para o conselho que o trabalho é sério e o que queremos fazer. É uma mudança de paradigmas na administração de clubes brasileiros. O Inter não vai varrer para debaixo do tapete nenhuma sujeira, mas também não jogará na lama o nome de qualquer pessoa”, acrescentou Amarante.


O relatório apresentado pela Ernst & Young apresentou uma série de irregularidades na gestão passada. Uma empresa que tem quatro endereços iguais recebeu R$ 9 milhões sem comprovação. Também foram adiantados cerca de R$ 5,5 em dinheiro. 


Além dos valores citados acima, recibos sem nota fiscal, Notas seriadas, sem comprovação de serviços ou obras. A empresa assim atestou “alto risco contábil” e “risco de fraude”. 


“Assustado não estou, porque se vê cada coisa no Brasil que não podemos mais nos assustar. Mas são situações graves. Se aquilo for verdade, é grave. Até dizer que houve erro, fraude, algo do ponto de vista criminoso ou reparação cível, seria leviano falar. Vamos concluir os trabalhos e depois de concluído divulgaremos ao Conselho e a imprensa saberá. Nossa função não é condenar. É apurar e apresentar para o Conselho tomar a decisão”, completou Amarante.


Segundo ele, a ideia é ser justo e firme, mesmo que isso manche a história de algumas pessoas no Inter.


“Se eu aliviar para qualquer pessoa, qualquer procedimento, eu deixo de ser um colorado. Nosso procedimento será com base técnica, sem revanchismo. Temos que separar a situação de estarmos na Série B, da gestão anterior ter nos colocado lá. Isso é irrelevante. O que vamos ver é o momento das contas, nada diferente disso. Não levaremos em conta nada estranho ao que for documento”, acrescentou.

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