Alessandro Barcellos revela dificuldade de Paulo Bracks nas tratativas de mercado
Paulo Bracks foi demitido no início de março
O Inter demitiu Paulo Bracks após a eliminação contra o Globo pela Copa do Brasil. O diretor executivo foi cortado do Departamento de Futebol do e o mandatário explicou na reunião do Conselho do clube uma das causas do desligamento do profissional.
“Ele contribuiu para o processo de adequação da folha salarial à realidade do clube, mas tinha dificuldades em outras valências, como avançar nas tratativas de mercado”, explicou Alessandro Barcellos nesta terça-feira.
A Revista Colorada já havia apurado com outras fontes que o clube poderia perder a negociação com Marrony por uma ‘lentidão’ de Paulo Bracks. O negócio não aconteceu e a alegação no momento foi que o Inter não sabia se poderia contar com o dinheiro da venda de Yuri Alberto.
Nas redes sociais, Paulo Bracks escreveu um texto sobre sua saída do clube. Confira:
Despeço-me do Internacional, após 1 ano e 2 meses, com sentimentos opostos.
Lamento por saber que podíamos ter avançado mais; feito mais; prosseguido no que estava dando certo; corrigido o que estava dando errado. Lamento por não ter tido tempo para usufruir da árdua economia realizada no 1° ano; do sacrifício imposto pela austeridade financeira em detrimento do desempenho desportivo pleno. Lamento não ter acompanhado o aproveitamento planejado de jovens, do 1° ano para o 2°, e o aumento programado dos ativos para o futuro do clube. Lamento não desfrutar do saldo das necessárias vendas, que serviram para quitar as pesadas dívidas, e não deixado o clube parar. Os resultados de campo não vieram, é fato, e a autocrítica é imperiosa, mas todos os outros estratégicos e metas de gestão foram alcançados. É triste sentir não ter sido suficiente para a continuidade. Afinal, o projeto valia até quando? Saio decepcionado com aqueles que se preocuparam mais com o lado de fora, fazendo com que o externo instável triunfasse sobre o interno assertivo. Decepção com a política. Decepção, finalmente, por não ter conseguido pendurar uma faixa pesada no peito do colorado, que há mais de 120 meses aguarda para voltar a se sentir o que é, na origem, essência e história: um vencedor.
Por outro lado, e é o que vale e fica, o sentimento é oposto. Me sinto feliz e me traz muita alegria ter tido a honra de representar esse clube gigante, respeitado no mundo do futebol e que me presenteou com amigos, jogos e histórias eternizadas na mente e coração. A alegria do dia a dia saudável, das vitórias maiúsculas, dos Gre-Nais vencidos e suas consequências, das expectativas altas, do suor, da entrega e doação, da união e superação nos momentos difíceis, das experiências, das marcas deixadas para a instituição. Fico, na cabeça, com a alegria do torcedor e do clube do dia 06/11/21, e não com a frustração, vazio e silêncio do dia 25/02/21. Alegria de ter conseguido (com o suporte e trabalho de pessoas muito competentes, que formaram uma grande equipe e se tornaram amigos para a vida) implementar os processos internos de gestão, de ciência de dados, de desenvolvimento individual de performance, de segurança contratual, de responsabilidade financeira em todos os movimentos, da alta minutagem dos jovens, de valorização dos ativos, das negociações conduzidas com responsabilidade e altivez, da repatriação de ídolos, da maior venda da história do clube. A minha alegria final, de poder ser abraçado por todos os jogadores e funcionários do CT, um a um, da forma mais sincera e transparente, faz com que eu leve o Internacional, e todos aqueles que serviram comigo nesta intensa batalha de 14 meses, para sempre, no peito. Levo comigo, daqui, um filho nascido gaúcho e colorado, Bento, memória viva deste tempo.
Respeito ao torcedor e à imprensa, inclusive aos que me desrespeitaram. O tempo irá mostrar várias verdades. Obrigado aos colegas de trabalho e amigos! Obrigado, Internacional!”