Abel Braga ameniza derrota para o Grêmio em 2006: “Foi a melhor coisa que podia acontecer com o Inter”

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Logo no início do ano de 2006, que foi de glórias para o Colorado, o time sofreu um revés diante do seu rival. Os comandados de Abel Braga perderam o título do Gauchão para o Grêmio no Beira-Rio.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, Abel Braga, campeão da Libertadores e do Mundial daquele ano, amenizou a derrota: “Fomos muito bem até a final contra o Grêmio. Empatamos na casa dos caras, 0 a 0, e em casa o Fernandão abriu o placar. No penúltimo minuto (na verdade, aos 34 do 2º tempo), a bola era nossa, o cara foi dominar no peito e a bola saiu pela lateral. Eles cobraram, sofreram uma falta, bateram na área… uma bobeira geral. Tomamos o gol e eles foram campeões. Estava aquele velório no vestiário e eu pensando: f…., perdi o Gre-Nal. Mas veio uma coisa bem clara na minha cabeça: o Inter era tetracampeão, seria penta se vencesse e é muito difícil isso num campeonato dominado por dois times. E seria normal haver um relaxamento, uma soberba. Comentei com a comissão: “Tô f…., devo ser mandado embora, mas foi a melhor coisa que podia acontecer para o Inter. Se ganha, ia fazer m… na Libertadores”, disse o treinador.

Após a perda do título, o treinador recebeu o apoio da direção do Clube do Povo e se manteve no cargo para conquistar a Libertadores e o Mundial posteriormente. Abel revelou as conversas que teve com Vitorio Píffero, diretor de futebol na época: “O Vitorio Piffero (diretor de futebol na época) já estava no vestiário, aí entrou o Fernando Carvalho e disse: “Pode levantar a cabeça, cara, tá preocupado com o quê? Ganhamos quatro anos seguidos, não vai mudar nada. Lembra o que eu te falei quando te contratei? Não te contratei para ser campeão gaúcho”. E eu fiquei pensando: será que existe mesmo gente assim no futebol? Logo depois, no calor do Gre-Nal, o cara falar isso. Eu nunca tinha visto. Tudo começa numa crença do Fernando Carvalho, que se tornou algo real. Ele não se importou minimamente em perder aquele Campeonato Gaúcho. E depois que ganhamos a Libertadores, fomos jantar e ele disse que se tivéssemos ganhado o Gre-Nal teria sido pior. Até hoje somos amigos. Sempre que vou jogar em Porto Alegre, tenho que comer churrasco na casa dele. Ele foi o grande comandante, sabe? Tinha muita consciência do que queria, em quem apostou, nos jogadores que contratamos. O Wellington Monteiro, ele que mostrou os vídeos no Caxias, e eu falei: “Pega!”. E depois vimos seu nível no Mundial, praticamente não deixou o Deco pegar na bola”.

 

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