Adriana Lipert: 350 vezes D’Ale

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Foto: Divulgação / Inter 



350 dias num ano que possui 365, representa aproximadamente 96% de um ano. É como se em 96% do meu ano tivesse uma velocidade reduzida ao ponto de durar quase 9. É uma conta estranha (eu sei), mas ela mostra o quanto eu paro no tempo assistindo 350 vezes o melhor camisa 10 que já pude ver usando o nosso manto sagrado. Como é bom te ver fardado novamente… Ver tudo isso, como é bom te ver voltar, voltar a viver cada segundo, cada chute, cada grito, cada gota de suor! Como é bom voltar a acreditar!


Como foi bom poder gritar cada um dos 78 gritos de gol! 
Como foi bom ouvir 350 vezes sair da tua boca o que gostaríamos de dizer!
350 vezes D’Ale… Ah D’Ale!


Ontem foram 350 jogos de um camisa 10 em que nós colorados podemos confiar e confiamos, porque em todos os aproximadamente 3.154 dias (desde a chegada em Porto Alegre até tua partida em 2016) assumiu a responsabilidade de nos honrar, de usar o nosso manto como se fosse tua segunda pele. 


Não sei o que te faz amar esse Gigante Colorado que vive em nossos corações, mas sei exatamente porque nós te amamos, porque te veneramos e o porque te idolatramos, tudo isso simplesmente por ser: D’Ale! Me desculpe, mas por mais que eu me esforce não  consigo encontrar uma palavra, em idioma algum que seja capaz de te definir! 
Porém é só fechar os olhos para reviver cada um desses 350 momentos:


D’Ale no campo;
D’Ale em suas tatuagens;
D’Ale em seus calções arremangados;
D’Ale vibrando com seus pulsos cerrados;
D’Ale xingando;
D’Ale chorando;
D’Ale em seus topetes;
D’Ale em seu sotaque;
D’Ale a flor da pele…
350 vezes D’Ale!


Quanta saudade sentimos de ti D’Alessandro. E hoje é com imenso orgulho que comemoramos as 350 vezes que entras em campo vestindo o nosso manto, 350 momentos das melhores emoções que um colorado pode sentir, indescritíveis lembranças, sorrisos, lágrimas… mas principalmente quase 9 anos vividos com a certeza e com o teu ensinamento de que não podemos desistir nunca! De que futebol não é brincadeira, que tem que ter seriedade, profissionalismo, respeito, paixão, sangue e Alma! 
Temos certeza: Tua Alma é colorada! 


Então podemos afirmar que nada mais foi igual depois daquele 30 de julho de 2008. A Porto Alegre colorada possui um marco: Antes e depois do Cabezón! Meu pai me conta histórias de Figueroa, de Falcão e de Valdomiro com seus 803 jogos pelo Inter, me desculpem meu pai e todos que orgulhosamente nos contam as histórias desse brilhante tempo, mas eu? 


Eu contarei histórias sobre D’Alessandro, o Cabezón, o homem Grenal, um dos poucos estrangeiros capazes de amar verdadeiramente um clube que o trouxe para tão longe de casa! Algumas vezes te ouvimos dizer que o inter te deu muito mais do que imaginavas, te ouvimos falar que o Inter não te deixou faltar nada, que te deu tudo, o que dizer então de tudo que nos proporcionou?  


Tu és o único capaz de fazer um time atônito se transformar em um time de guerreiros! O único capaz de calar estádios inteiros, o único capaz de deixar repórteres sem palavras, de lavar nossas almas e honrar nosso passado: “Não tem que apagar nada. A história fala por si só.”


E é desse história que nós fazemos parte. Contaremos sobre esses teus 350 jogos usando nossa camisa como segunda pele, meu coração só quer e espera pelos tantos outros que virão! Ah esse meu tosco coração, coração esse igual aos milhares de outros colorados que hoje só querem dizer 350 vezes: Obrigada nosso camisa 10. Obrigada D’Ale!

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