Análise: Pontos fortes e fracos dos times de Eduardo Coudet e projeção no Inter

Ricardo Duarte / Internacional
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O Inter está próximo de anunciar Eduardo Coudet como novo treinador do clube. O argentino regressa ao Beira-Rio para continuar escrevendo a história incompleta iniciada em 2020/21, já que Chacho deixou o clube no meio de três competições e dividiu a opinião de diversos torcedores devido a ida para Europa. Além disso, o abandono rumo a Vigo gerou questionamentos, os quais perduram até os dias atuais, sobre qual seria o provável futuro da equipe, que liderava o Brasileirão, e estava classificada na Copa do Brasil e Libertadores.

Assim, convidamos os leitores a embarcarem em uma análise a respeito da ideia de jogo do argentino, e como esta deve ser implementada no atual elenco colorado. Para isso, abordamos seus pontos fortes e fracos, de acordo com seu desempenho ao que demonstrou durante sua carreira.

Pressão pós-perda como poucos

Quando se fala em Eduardo Coudet, certamente, os torcedores que vivenciaram uma jornada com o argentino relembram uma das principais valências dos seus times, a pressão no campo adversário, que através do seu tradicional 4-1-3-2, espeta um arsenal de jogadores para pressionar a saída rival com laterais avançados, meias que se somam aos atacantes e um volante de contenção que muitas vezes se transforma em um terceiro zagueiro para cobrir o estilo “heavy metal” e possesso pela retomada da bola. Confira a ocupação de Paolo Guerrero no campo adversário durante a vitória sobre a Universidad Católica em 2020:


Exposição da defesa e risco na saída de bola

Se por um lado o pensamento ofensivo do treinador deixa o time muito mais criativo, em contrapartida, a ideia de avançar laterais e meias para ocupar o campo adversário acaba oferecendo chances ao adversário quando a criação não funciona. Além disso, Chacho opta por zagueiros construtivos, com bons passes curtos, mesmo que estes deixem desejar na parte principal devido à função em que exercem.

O grande exemplo disso foi o afastamento de Rodrigo Moledo, após o defensor viver grandes anos em 2018 e 2019, pelo fato da falta de casamento com sua ideia. Com isso, Coudet promoveu Bruno Fuchs (vendido em seguida) e Zé Gabriel, o qual acabou prejudicando o Colorado em diversos jogos por conta de erros individuais, sendo um dos grandes alvos de críticas dos torcedores junto ao argentino.

Munição para os centroavantes a todo instante

A pressão pós-perda não é o único ponto positivo do 4-1-3-2 de Coudet. Isso porque, o fato de povoar o meio-campo e pressionar o adversário, faz com que quando o clube tenha a bola, os dois atacantes utilizados sejam municiados pelos seus companheiros. A grande prova disso é que os “delanteros” de Chacho costumam viver o seu auge quando utilizados neste modelo. Para exemplificar, podemos citar a fase de Marco Ruben (2015/16), Lautaro Martinez (2018), Thiago Galhardo (2020) e até mesmo Hulk, que apesar de já ter vivido momentos melhores, iniciou a temporada com 11 gols em 11 jogos no Campeonato Mineiro, situação que mudou após a saída de Coudet.

Falta de peças adequadas para exercer sua ideia

Por fim, pensando no Inter atual e até mesmo nos outros trabalhos desempenhados por Coudet, um ponto que sempre preocupa é a exigência do argentino por peças (em suma, que já trabalharam com ele) que exerçam a sua proposta. Este foi o tema de discussão nos últimos trabalhos no Brasil, já que segundo o argentino, as direções de Inter e Galo não cumpriram com o combinado no projeto.

Deste modo, fica o questionamento: Alan Patrick aceitaria morder o adversário a todo instante quando o time não tiver a bola? Este estilo faria o melhor jogador do Inter em 2023 mudar a postura? O mesmo com Luiz Adriano, que não entrega intensidade na marcação, além do fato de muitos jogadores contratados recentemente não possuírem mais fôlego para exercer, um processo que se muito bem executado, renderá melhorias e, quem sabe, frutos que já não eram mais esperados pelo torcedor.

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