Após vitória, Lisca vê grupo abalado e diz que não há tempo para “futebol bonito”

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Foto: Divulgação / Correio do Povo 


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Nesta domingo, o Internacional venceu o Cruzeiro por 1 a 0. No lance do gol colorado, cinco jogadores caíram no chão e choraram. O lado psicológico é o que mais chama atenção no técnico Lisca. Fazendo a avaliação da partida, o técnico do Inter disse que não há tempo para “jogar bonito” e que o trabalho desta semana será muito forte.


“O resultado é o mais importante. Independente da atuação, parte tática, sincronismo do time, não tenho tempo para meus conceitos, porque são bem diferentes dos que estava sendo feitos aqui. Tenho que ter calma para não dar um choque nos jogadores. Tenho que ter calma para não dar um choque de treinabilidade no elenco. Tenho é que parabenizar meus atletas. Vamos ter clarividência nesta semana e trabalhar o aspecto anímico. Tem um aspecto muito pesado aqui. O time fez o gol, cinco jogadores caíram chorando. Nunca passei por isso na minha vida, cara. Eu trabalho, mostro as chances de um momento assim, mas emocionalmente eu terei que conversar muito, usar o conhecimento de muitos anos. Temos analisado o perfil psicológico dos jogadores, temperamento, energia, vigor, estou fazendo tudo que posso. Será assim, na luta, na qualidade individual, porque coletivamente não teremos tempo e nossa equipe tem deixado a desejar”, disse o treinador colorado.


Desabafando, Lisca citou a situação que foi criada em torno do time nas partidas e treinos. A proteção contra ação dos torcedores e a pressão pela fuga do rebaixamento inédito.

“Temos feito um exercício de paciência, carinho, afeto com os jogadores. Mesmo quando não temos o rendimento que gostaríamos de ter. Jogar bem para nós é vitória. Não importa se vai fazer penetração, combinação, pressão, não dá. O que me preocupa é o resultado. E os treinos fechados, para mim, às vezes parece que sou o presidente do Estados Unidos quando estou chegando. Seguranças, muro, hoje pediram para minha família não vir… E veio, vai vir até o final. Ninguém tem medo de nada aqui. O estádio hoje não estava cheio, mas quero aproveitar e agradecer. Os colorados de fé estavam aqui. Gritaram, aplaudiam, o torcedor que está judiado, porque se está condenando uma instituição de mais de 100 anos. Levaram o time nas costas. Não vaiando mesmo nos erros. E cantando o hino do clube. Parabéns, torcedor, vamos escapar dessa e será por vocês”.


A partida deste domingo foi sofrida, com o meia Valdívia marcando o gol do Inter somente aos 30 minutos da segunda etapa. O resultado foi suficiente para chegar vivo na última rodada do Brasileiro.
  
“Eu mostrei para eles meus vídeos no Ceará. Como é bom sair de uma crise e quando ninguém acredita há uma grande chance de conquista individual. De se sentir forte, que saiu disso e mostrou competência. Mostrei a festa que fiz no Ceará, gostaram pra caramba, riram. Podemos conseguir fazer parte da história do clube na crise. Para cima é fácil, quero ver é na dificuldade. Este é o desafio”, explicou. “Mas é complicado. Reúno o grupo, conto minhas histórias, rimos para caramba. E quando vem o jogo, o clima está pesado de novo. Não tem jeito. É isso que temos que trabalhar muito”, completou o treinador.

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