Artur Bellini: Dossiê Reynoso

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Foto: Divulgação 

           
Emanuel Reynoso, ou simplesmente Bebélo. Esse é o meia que a
direção colorada tem como sonho de consumo para o restante da temporada. O
jovem de apenas 21 anos, fruto das canteiras do Club Atlético Talleres não é o nome mais conhecido pelo público brasileiro, pelo menos não ainda.
Nascido e criado em Chinatown, periferia de Córdoba, Reynoso é um meia canhoto muito
habilidoso de boa cadencia, excelente passe vertical, e de capacidades
individuais assustadoras, tanto pelo drible curto quando pela imensa visão de
jogo. 



Apesar de não ser um condutor de bola, e sim um jogador para atuar
centralizado como armador clássico, pode, por possuir ambas as característica,
despertar em que lhe observa a sensação de que ali há potencial para um jogador
diferente, capaz de tanto acelerar o jogo com a bola nos pés como por lançamentos, cruzamentos e passes curtos bem cadenciados. Talvez daí as
comparações com outros craques gringos, como Riquelme. Ainda não tem tanta afeição a entrar
na área, é um jogador que preza pelo último passe ou até mesmo pelo excelente
arremate de fora. 



Me chamou atenção vendo seus jogos a capacidade de atuar mais
recuado, sendo utilizado em algumas partidas inclusive como um meia defensivo,
posição um pouco peculiar e inexplorada aqui no Brasil. Seu potencial é
gritante, ao ver seu nome ligado ao Inter me vi obrigado a correr atrás de seus
jogos, acabei por observar cerca de 10 deles nos últimos dois dias e posso
afirmar que me surpreendi demais, o Talleres não é o melhor time do campeonato
argentino e muitas vezes me pareceu uma equipe fraca, das quais não se espera
mais que o meio de tabela, porém o guri é interessantíssimo, um oceano técnico em
meio a um time frágil, jovem e, apesar de rápido, pouco efetivo.


Cada
segundo gasto em seus tapes me remetia a 2014, quando observava o time do Cólon
de Carlos Luque. A sensação é a mesma, uma equipe fraca tecnicamente e um
expoente técnico urrante, o detalhe é que neste Cólon o jogador que brilhava
não era o contratado pelo Inter mas seu companheiro de ataque, hoje jogador do
River, Lucas Alário. Não há entre ambos proximidades técnicas, nem mesmo
físicas, porém um sensação esta presente o tempo todo, se trata de uma jóia
ainda não descoberta das quais somente o futebol argentino é capaz de produzir. 



Quem me acompanha no Twitter sabe o quanto cobro que nossa direção procure
negócios desse tipo, jogadores ainda não profundamente conhecidos do grande
público mas que estão a um passo do auge, jogadores que por não serem astros
ainda custam valores mundanos mas que, em campo, não deixem nada a desejar para
qualquer figurão sul-americano. Reynoso não apenas entrou para minha lista de
jogadores prospectados mas subiu ao topo de sua posição. Não vejo nenhum meia
no mercado argentino com tanto potencial. É um projeto para o futuro, como
Arrascaeta era quando procurado pelo Inter, deve receber tempo de adaptação e
paciência pois não é o jogador mais pronto do planeta, mas tem tudo para ser, não somente a solução individual e técnica que falta ao Inter, mas um sucessor
natural ao cargo hoje ocupado pelo argentino mais importante da história do
Internacional.


Para
não dizerem que só falei de flores tenho que alertar que notei um traço
marcante da imaturidade dele, é um jogador que muitas vezes oscila durante as
partidas, mas mesmo nesses momentos a parte técnica fala mais alto e ele sempre
acaba se recuperando dentro dos 90 minutos. Tem um perfil bem epidérmico, tendo
inclusive pagado alto pelo mesmo, quando ainda na várzea acabou se
desentendendo com rivais e tomando um tiro no joelho esquerdo, lesão que à
muito ficou pra trás e não apresenta nenhuma possibilidade de limitação em seu
jogo, na verdade só aumenta a história de superação, do quase fim a uma
carreira crescente e promissora, este é o argentino que ronda as mentes de
nossos dirigentes e que logo mais pode rondar também o gramado do gigante da
Beira Rio.




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