Caroline L. Borges: No Inter de 2020, jogo é treino e treino é jogo

0

Passados 20 dias do início da pré-temporada, o Inter de Coudet já começa a mostrar a cara. Após duas vitórias, uma com o time considerado reserva e outra com os titulares, já se pode observar em campo alguns resultados das mudanças na filosofia de futebol trazidas pelo treinador. A principal delas, na minha opinião, um time compactado e próximo.

Há muito tempo não víamos o Inter atacar com tanta gente e jogadores tão próximos uns dos outros para dar seguimento às jogadas. Nas temporadas anteriores parecia que qualquer gramado era grande demais para o Colorado, que atuava com jogadores distantes e estáticos. No Inter de Coudet, os atletas movimentam-se, aproximando-se e dando opção de passe para quem tem a bola.

Os dois zagueiros bem abertos pelos lados do campo, com Lindoso ou Musto no meio da zaga participando da abertura das jogadas, permite que os laterais possam atacar com mais força. Os outros três meio campistas, um centralizado e dois pelos lados, se movimentam fazendo a ligação entre defesa e ataque, com jogadas de infiltração, triangulações e chegada forte à área adversária. D’Alessandro atua livre, ataca, arma as jogadas, cria… não tem mais a obrigação de acompanhar os laterais ou impedir o avanço contrário, resultado: assistência, gol e grande atuação.

Pressionar a saída de bola adversária é outra caraterística implementada pelo argentino. Não são raras as vezes em que apenas o goleiro está no campo de defesa – todos os demais estão tentando recuperar a bola no ataque. Quando perde a posse de bola, o Inter recompõe com velocidade, mas sem recuar, fazendo uma marcação alta.

Tudo isso parece música para os ouvidos dos colorados, tão acostumados a ver um time reativo e sem iniciativa nos últimos anos. A amostragem ainda é muito pequena, sabemos. Os jogadores ainda irão evoluir na parte física, tática e técnica e também terão que provar que são capazes de repetir este modelo de jogo contra equipes mais fortes. O que se vê até agora, entretanto, é resultado do que estamos acompanhando nos treinos: muita intensidade, muita movimentação e muita disciplina para seguir o que está sendo pedido pelo comandante. Como diz Chacho: “Para mim, se joga como se treina e se treina como se joga”.

Não resta dúvida: os tempos de inércia acabaram. O Inter de Eduardo Coudet quer ser protagonista.

Twitter: @carolineleivasb

Instagram: @caroleivasborges

você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.