Daniel Ricci Araujo: Sobre coisas que terminam

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A verdade: o relacionamento entre Internacional e Odair Hellmannn precisa acabar.

Como uma chaleira com água fervendo e chiando, é necessária uma ação imediata que termine com o ruído e refaça a ordem. Para Odair a vida é uma chance potencial de vexame. Sempre na defensiva, sempre ressabiado. Atacar? Apenas o imprescindível e nem um minuto a mais.

Para evitar a vergonha imaginária sempre à espreita, é capaz de qualquer coisa. Empilha volantes e jogadores atrás da linha da bola como pratos numa bandeja de restaurante. É especialista em ter medo: do adversário, do gol, das andorinhas, de tudo que passar pela frente. Só não tem medo de ter medo.

Há quem diga “ah, mas Odair nos tirou da série B”. Erro feio, erro rude. É só pesquisar: o estirão de pontos rumo à série A foi obra de Guto Ferreira. Odair assumiu porque Guto nāo ficaria, e para ser campeão. Nāo conseguiu.

Odair precisa entender o futebol real e o simbólico. Nāo se joga a nāo perder o tempo todo, nāo se dá abraço em Renato. Odair é nosso VAR real: nos sabota jogo sim, jogo também. Precisa rodar mundo, fazer barulho, correr perigo. Aprender coisas que ainda nāo sabe.

Temerosa de nāo ir à Libertadores, a direção hesita em demiti-lo. Compreensível. Mas se não fizer nada, talvez ocorra exatamente o que quer evitar. A chaleira está chiando, a direção deveria desligar o fogão.

Existem coisas que terminam: Inter e Odair, infelizmente, é uma delas.

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