Erick Jardim: A História de Paulinho, o Capitão do Tri Mundial – Parte 2

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Foto: Divulgação 

Poucos meses depois do aniversário de 1 ano de Paulinho, muita coisa mudou na família Silva. Francisco perdeu seu emprego, e Paula havia deixado o seu quando descobriu que estava grávida. Eles cortaram todos os gastos para que, até Francisco encontrasse um novo emprego, pudessem se manter. Francisco deixou de frequentar o Beira-Rio, passou a economizar em tudo o que podia para que pudesse dar condições de criação para Paulinho.


Mesmo nos momentos difíceis, momentos incríveis e inesquecíveis acontecem, como a primeira palavra de Paulinho. Foi no dia 08/03/2008, o Inter enfrentava o time do Brasil de Pelotas pelo campeonato estadual. No primeiro gol do Inter na partida(Terminou 2 x 0 para o Inter), Francisco gritava “Gol do Inter” junto da narração de Daniel Oliveira. Quando passou a euforia pelo gol marcado, Francisco olha para Paulinho, com sua bola vermelha do Inter nas mãos, falando: “Inter”. A emoção de Francisco era tão grande, que sua alegria podia contagiar um estádio onde cabem mais de 50 mil torcedores. Naquele momento, Francisco esqueceu, mesmo que por alguns minutos, todos os seus problemas, e pôde desfrutar de um momento único na vida de um pai. Paula não conseguia falar, pois chorava copiosamente de emoção. Ela via seu filho falando sua primeira palavra, mas ao mesmo tempo, via um momento de alegria em sua família, o que não vinha acontecendo.


Francisco não havia terminado o Ensino Médio, e encontrava muitas dificuldades para conseguir um emprego de carteira assinada e fazia alguns “bicos” para conseguir dinheiro para manter a família. Com o pouco que Francisco ganhava, ele ajudava Paula a fazer sanduíches para vender em frente a uma escola do bairro, sempre levando Paulinho junto deles. Para organizar o aniversário de 2 anos de Paulinho, Francisco e Paula tiveram que pedir ajuda a familiares para que pudessem dar uma festa para Paulinho.


Durante alguns anos a situação foi difícil na família Silva, mas mesmo assim, Francisco nunca deixou faltar comida na mesa da família. Paulinho ainda não entendia muito bem a situação, era um menino forte e sempre acompanhado de sua bola de futebol, perguntava ao pai quando ele o levaria para assistir um jogo do Inter. Francisco explicava que seria logo, pois no momento não tinha condições de levar Paulinho ao estádio. Francisco pensou: “Paulinho está com 8 anos e nunca levei ele ao Gigante. Será hoje!”.


No dia 11/03/2015, Francisco levava Paulinho pela primeiras vez no Beira-Rio. O jogo era entre Internacional e Aimoré. Quando estavam chegando no estádio, Francisco olhou para Paulinho, e os olhos do menino estavam arregalados, marejados. O menino estava encantado com o que estava vendo. Ao entrar no estádio pai e filho choravam juntos. Francisco por lembrar da primeira vez em que foi ao estádio com seu pai, e Paulinho por estar conhecendo de perto tudo aquilo que seu pai lhe contou desde sempre.


Cada gol, cada lance perigoso, cada erro da arbitragem, cada aplauso, cada vaia, cada som que ecoava no Gigante encantava Paulinho. O Inter venceu o Aimoré por 3 a 0. Quando estavam saindo do estádio, o professor de Educação Física de Paulinho enxergou ambos e os chamou. Seu Rubens se apresentou para Francisco, deu um abraço em Paulinho e começou a conversar com Francisco sobre a atuação do time.


Antes da despedida, Rubens chamou Francisco para uma conversa….


O que será que Rubens falou para Francisco??


Continua no dia 26/05.

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