Erick Jardim: “Onde você estará no dia 16 de Agosto de 2016”

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Foto: Divulgação / Twitter / Carlos Lacerda

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Acredito que todos gostariam de um dia voltar no tempo e fazer algo diferente em relação ao que anteriormente fora feito. O grande problema é que não temos uma máquina do tempo que faça com que possamos reviver uma emoção anteriormente vivida em nossas vidas.


Tinga teve a brilhante ideia de organizar um jogo entre os campeões de 2006 e os craques da história do Inter. É exatamente neste momento que surgiu minha máquina do tempo.
No dia 12 de agosto de 2006, um Sábado ensolarado, após a vitória emblemática no Morumbi, estava sedento pela partida de volta, e resolvi ir para o Beira-Rio com 4 amigos. 


A fila era enorme, chegamos por volta das 13 horas. O tempo foi passando, alguns desistindo, nossa distância para o Gigante reduzindo, e nada de chegar perto da bilheteria.
Com o fechamento da bilheteria, recebemos a informação que no Domingo abriria novamente. Resolvemos esperar. Foram longas horas de espera, passamos a noite abaixo da Rampa 3, onde aproximadamente 200 colorados passaram a noite. 


Quando queria espairecer ia até o relógio do centenário e ficava pensando em todas as glórias que não havia visto, e ao mesmo tempo ficava muito feliz ao saber que estava muito próximo de ver uma Final de Libertadores no Beira-Rio. Após uma longa noite sem dormir, por volta das 11 horas da manhã, estes quase 200 colorados recebiam a notícia que não haviam mais ingressos.


Eu não era sócio, e estes ingressos foram vendidos para sócios do clube. Na verdade, acredito que todos naquela fila não eram sócios. Houve um pequeno protesto do tipo:”Queremos ingresso”. Nada adiantou. Fomos pra casa, 5 adolescentes apaixonados pelo Clube do Povo e sedentos pelo título extremamente chateados e cabisbaixos.


Se não me engano o ingresso era 40 reais, e fiquei com o dinheiro para levar para a Goethe na quarta-feira, 16 de Agosto de 2006. Bar com uma TV pequena, muitos colorados, que como eu, não conseguiram ir ao Gigante. Com a visão prejudicada pela quantidade de pessoas e o tamanho da TV, tive que recorrer ao velho rádio, onde a cada lance era uma verdadeira batalha vencida por nós após os 180 minutos.


Lembro que minha primeira reação após o apito final foi me ajoelhar no chão, no meio da Goethe, chorando copiosamente com algo que eu nunca imaginei que algum dia iria ver.
A não ida ao jogo sempre me causou certo arrependimento, do tipo: “E se eu chegasse 3 horas antes?” ou “E se eu fosse sócio”. Nada disso. Estava escrito, na minha máquina do tempo, que no dia 16 de agosto de 2016 eu teria a chance de acompanhar e viver de perto tudo o que não vi e não vivi há 10 anos atrás.


É a chance de corrigir algo da minha história colorada. Sou apaixonado pelo Inter, estou muito triste com esta situação, mas não deixo de amar este Clube em momento algum.
Torcedor colorado, vá ao Gigante na terça, independente do resultado de amanhã, e reviva sua história de 10 anos atrás, ou, como eu, escreva uma nova história na sua vida como torcedor.


Um feliz dia dos pais a todos os pais, e a todas as mães, que muitas vezes representam a figura paterna.

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