Gabriella Vettorazzi: Aquele 17 de dezembro
Foto: Divulgação / Inter |
O dia em que o passado ganhou uma lógica que não tinha; o dia em que passamos a entender cada detalhe de um sofrimento que parecia inesgotável; o dia em que firmamos ainda mais o nosso sentimento pelo manto vermelho; nada mais que o dia, o grande dia em que o colorado bateu o Barcelona.
O coração estava a mil, o colorado entraria para jogar o sonho de ganhar o mundial! Ninguém acreditava. Nós acreditávamos. Simplesmente porque nós víamos muito além do “Internacional que ninguém conhecia e o Barcelona melhor do mundo”, nós víamos sim um jogo dificílimo, mas víamos, além de tudo, o Internacional humilde, apaixonado, honesto e guerreiro que com muita luta e dedicação chegou até ali.
Há 10 anos atrás o dia 17 de dezembro ganhou um sentido a mais, um sentido vermelho. É impossível esquecer daquele jogo, daquele gol e, principalmente, daqueles guerreiros que chegaram até ali. Naquele 17 de dezembro o amor colorado se multiplicou, naquele 17 de dezembro o mundo todo se calou para aplaudir de pé o clube do sul do país que concretizava mais um passo da sua gloriosa história. Naquele 17 de dezembro eu vi meu time ser campeão mundial. EU VI. Ninguém me contou.
Há 10 anos atrás nós vivíamos o melhor momento, estávamos no céu! Hoje, vivemos nosso maior inferno da história. Incompreensível quando se lembra desse 17 de dezembro de 2006 e se olha pra frente vendo uma Série B no caminho. Mas, se nós passamos de cabeça erguida pelo Barcelona do Ronaldinho, porque não passaríamos pela Série B assim também? Agora é hora de trazer o Inter de volta. De trazer o Inter que entrava pra ganhar e pra fazer história nos gramados. Segunda divisão é uma fase ruim da qual nós passaremos olhando sempre mais em cima, e chegaremos ao nosso céu novamente. O Inter já mostrou que é sim possível!
Eu era colorada quando nós conquistamos o Mundial de Clubes. Eu sou, mais que nunca, colorada hoje quando jogamos a Série B. E eu, com toda a certeza do mundo, serei colorada amanhã quando nós conquistarmos o mundo todo outra vez.