Opinião: O fim do ciclo Odair

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O futebol tem seus brilhantismos e suas histórias únicas. Em questão de 30 dias, um clube pode ir do inferno ao céu, ou como no caso do Inter, do céu ao inferno. Se tivesse conquistado a Copa do Brasil, hoje estaria mergulhado ainda na ressaca de um título nacional.

Nem sempre o futebol comete justiças, mas neste caso da Copa do Brasil, infelizmente para nós colorados, cometeu. No acumulado das duas finais, o Inter apresentou o não merecimento de se sagrar campeão.

É entristecedor saber que o Inter perdeu uma final que, em linhas curtas, era “fácil” de vencer, com todo o respeito ao Athletico. O adversário, com muita competência, fez o básico nos dois jogos e mereceu dar a volta olímpica em pleno Beira-Rio. Detalho que o Inter perdeu a taça por culpa do Odair Hellmann.

Retomando a crônica do segundo jogo da final, Odair viu o que a maioria viu no fim do primeiro tempo: Patrick estava muito abaixo do nível dos demais. Errava muitos passes, estava desatento. Tinha que sair. Tá, mas e qual o erro? A solução óbvia era sacar o Patrick e colocar o Nonato. Fazer algo previsível, no entanto, cabível ao que estava acontecendo no primeiro tempo.

Odair, ao contrário, resolveu colocar um jogador que tem limitações físicas na disputa corporal e no embate. Sem contar que era posição distinta daquela do esquema. Rafael Sobis foi literalmente um completo insuficiente naquela proposição. Mas ele que estava colocado numa função que não lhe pertence, não dá para condená-lo.

Além disso, após a perda do título, Odair chegou a relatar na coletiva que o Bruno tinha sido ameaçado de expulsão. Mas ali faltou a originalidade e a humildade de fazer o óbvio de novo: colocar um lateral-direito no lugar do jogador que estava sob ameaças. Zeca seria capaz de fazer a marcação necessária. Odair quis inventar e ao colocar o Nonato, pode ter tentado corrigir o primeiro erro, mas criou um segundo erro ao deslocar o Edenilson para lateral.

Nosso melhor meia no primeiro tempo daquele jogo, preso no canto do campo no segundo. Tiago Nunes percebeu isso. Aos 8 minutos do segundo tempo chamou os atletas Marco Ruben e Rony e deu suas orientações táticas.

Um pouco depois, o único perigo do Inter no jogo era o Wellington Silva escapando pelas pontas em lances isolados. O lateral do Athletico estava com amarelo também. O que o Tiago Nunes fez? Colocou um jovem lateral da base no jogo. Fez o simples, teve humildade. Sagrou-se campeão. Enquanto isso o seu Odair tão elogiado pela humildade, vem apresentando ausência dela.

Caso ainda a tivesse, teria ouvido o torcedor, que há tempos vem pedindo mudanças. Insistir com Uendel, Parede e Patrick é querer se eleger o amigo dos boleiros, mas em consequência morrer abraçado. Tenho certeza que o Odair é um cara que deve ser bom amigo. Entretanto, isso é insuficiente.

Voltando ao jogo de ontem, que era a oportunidade de recuperação contra um fraquíssimo CSA, verificou-se que a teimosia consagrou a principal consequência do momento que estamos agora. Não sei o que o Zeca fez para o Odair. Deve ter feito um crime horrível. Não estar sendo cogitado nem no lado direito e nem no esquerdo, sendo que carências existem nos dois lados.

Ver o Parede e o Patrick na frente de jogadores da base na linha de sucessão demonstra que o nosso treinador tem medo de jogadores jovens. E isso é o assustador. Por fim, aponto que não há mais clima para o Odair permanecer no Inter. Nem mesmo Melo. Se o Medeiros agir conforme a grande maioria dos torcedores está querendo, as mudanças serão cirúrgicas. Deveriam ser, pelo menos. Do meu ponto de vista, estamos com um “delay”, uma vez que estas deveriam ter sido já realizadas há algum tempo. Não dá mais.

Nesse momento, quando escrevo essa coluna (no início da tarde), a direção está analisando as possibilidades. Tem de ser algo conciso, para também não perder o ano. Mas a opinião deste colunista é a de trocar o comando técnico e movimentar o departamento de futebol.

Por muito menos, treinadores conhecidos pela dupla Gre-Nal caíram. Casos como Muricy Ramalho, Mano Menezes, Roger Machado, Renato Gaúcho (em passagens anteriores), Tite, Dorival Jr., Felipão, Abel Braga…

 

A carta branca do Odair acabou. E estava na hora. Chega de “derrotas heroicas.

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